Fixismo

Fixismo

Quando o Homem se começou a dar conta dos seres vivos que o rodeavam, tornou-se necessário explicar o aparecimento destes, bem como o seu próprio aparecimento. Foi então que surgiram algumas teorias cujo objetivo era explicar o surgimento e desenvolvimento das espécies vivas.

Como se sabe segundo algumas crenças, existe uma ou várias entidades todo-poderosas responsáveis pela criação de tudo o que conhecemos. Estas crenças, bem como a aparente idéia de que os animais, geração após geração, permanecem imutáveis, levaram ao aparecimento do princípio, que durante muitas centenas de anos foi tido como certo, de que a entidade toda poderosa era perfeita, pelo que tudo o que criava teria de ser perfeito também.

Assim, surgiu a teoria fixista:
Fixismo: Esta teoria pretende explicar o surgimento das espécies, afirmando que estas surgiram sobre a Terra, cada qual já adaptada ao ambiente onde foi criada, pelo que, uma vez que não havia necessidade de mudanças, as espécies permaneciam imutáveis desde o momento em que surgiram. Deste modo, e de acordo com esta teoria, não haveria um antepassado comum. No entanto, para a explicação do surgimento das espécies primordiais há várias opiniões:
– Anaximandro (611-546 a.C.): Este autor considerava que os primeiros animais surgiram de uma “vasa marinha” a partir da qual surgiram todos os outros animais; o Homem teria surgido do ventre dos peixes.
Deste modo, desenvolveram-se dentro do fixismo outras teorias que pretendiam explicar o surgimento das espécies:

Geração espontânea
Segundo Aristóteles, autor desta teoria, e influenciado pela teoria platónica da existência de um mundo das imagens, afirmava que as espécies surgem por geração espontânea, ou seja, existiam diversas fórmulas que dariam origem às diferentes espécies. Isto é, segundo ele, os organismos podem surgir a partir de uma massa inerte segundo um princípio activo. (Por exemplo, nascer um rato da combinação de uma camisa suja e de um pouco de milho).

A geração espontânea permaneceu como idéia principal do surgimento das espécies devido à influência que as crenças religiosas incutiam na civilização ocidental, principalmente. Assim, a geração espontânea tornou-se uma idéia chave para a teoria que surgiria a seguir

Criacionismo
O criacionismo era visto por teólogos e filósofos de modos diferentes: os teólogos afirmavam que Deus, o ser supremo e perfeito, tinha criado todos os seres e, uma vez que era perfeito, tudo o que criava era perfeito também, pelo que as espécies foram colocadas no mundo já adaptadas ao ambiente onde foram criadas, e permaneceram imutáveis ao longo dos tempos; os filósofos, embora também apoiassem a criação das espécies por Deus, acrescentavam que, quando se verificava uma imperfeição no mundo vivo, esta devia-se ao ambiente, que era corrupto e mutável, portanto imperfeito.
Assim, e segundo esta teoria, o aparecimento de novas espécies eram impensável, bem como a extinção de outras.

Lamarquismo

Lamarquismo

Entende-se por Lamarquismo a teoria evolucionista de Jean Baptiste, cavalheiro Lamark a qual há dois pontos de grande importância, que se distingue do fixismo de sua época, eles são :
1. A evolução ocorre por sucessivas transformações em seus órgãos, tais alterações acontece pelo uso ou desuso de tal órgão.O uso constante do órgão, se daria por necessidade do indivíduo adaptar-se ao meio ambiente.
2. Tais alterações sofridas pelo indivíduo durante sua vida, seria transmitida por hereditariedade. Sabe-se que, com o uso da musculatura há um desenvolvimento em força e tamanho, e com o desuso acaba-se por atrofiar. Essa observação levou Lamark a um erro, pois conclui que tal transformação ocorreria também com os órgãos. Sobre a hereditariedade, August Weissman cortou a cauda de camundongos por gerações, observando que as caudas continuavam nascendo perfeitas, assim provou que as características não eram transmitidas para as novas gerações.

Darwinismo

Darwinismo

Chlarles Darwin, no livro A origem das Espécies propõem novas formas para a evolução, baseando-se em sua maioria nós dados observados em suas viagens a bordo do navio de pesquisa H.M.Beagle. Os principais pontos de sua hipótese, que hoje é o alicerce do pensamento moderno sobre a evolução, são :
1.Há indivíduos diferentes dentro de uma mesma espécies, tais diferenças os dão melhores condições de se adaptar do que outros.
2.Darwin baseasse na hipótese de Malthus em que a população aumenta em progressão geométrica e a quantidade de alimento aumenta em uma progressão aritmética. Diante desta afirmação Darwin chega a conclusão que se os seres vivos aumentam em progressão geométrica e lhes falta o alimento, que aumentaria em progressão aritmética, então para a sobrevivência deveria haver uma luta pela vida.
3.Na luta pela sobrevivência sobrariam os mais aptos, e os menos aptos seriam eliminados.
4.Os mais aptos transmitiriam as características para seus descendentes. As gerações estariam aprimorando suas características, para a sobrevivência.
Nas hipóteses de Darwin foram formulados alguns erros como, na luta pela sobrevivência dos mais aptos Darwin afirma que haveria uma constante luta entre os indivíduos, hoje sabemos que há uma luta entre o indivíduo e o meio ambiente. Os mais aptos a acomodar-se ao meio, a resistir aos predadores, clima etc terão maior possibilidade de reprodução, e conseqüentemente a ascensão da espécie.Sobre a hereditariedade Darwin e Lamark elaboraram o erro da hereditariedade de caracteres adquiridos, a qual Hugo De Vries corrige com A teoria da mutação, sugerindo que a variação de uma mesma espécie daria-se por alterações no material genético.

Neodarwinismo

Neodarwinismo

O neodarwinismo, tem suas bases nos escritos de Hugo De Vries sobre as teorias das mutações, a qual mantém as hipóteses de Darwin sobre a seleção natural e luta pela vida, introduzindo a idéia da mutação, e assim explicando como novas espécies surgem.
A mutação ocorre devido a uma alteração no material genético, durante a duplicação do DNA. Os genes sofrem estas alterações ocasionalmente, não sendo possível relaciona-las a adaptabilidade do individuo. Afirmando: o organismo não tem nenhuma intenção adaptativa. Este fenômeno acidental no individuo pode leva-lo a uma mutação adaptativa, ou não-adaptativa.O endividuo com a mutação adaptativa ao meio logo se reproduzira e generalizar-se, o que possui a mutação não-adaptativa provavelmente ira extinquir.
As mutações ainda ocorrem com todos os seres, deste um uma bactéria a um ser humano.A mutação pode acontecer por agentes mutagênicos, que são fatores naturais como as radiações solares, e o fator humano que e a ação do homem sobre o meio ambiente, um exemplo desta ultima mutação e o câncer.
O texto acima tem a intenção de que o leitor, liberte-se do fixismo, da atitude dogmática, que percebam que os valores não são inabaláveis, neste momento a criança a qual sempre fitou um mundo já feito, fitou os olhos de seu Pai severo, ira se distanciar e fazer seu juízo.Esta ruptura acontece no momento em que surge a duvida, onde vemos a nossa ignorância, a total falta de sentido, este distanciamento vem mesclado a angustia, a solidão, pois nenhuma existência justifica a outra, e tais surgem e padecem ao acaso.
“Quando mais o Curinga se aproxima da extinção eterna, maior é a clareza com que vê o animal que o cumprimenta no espelho ao enfrentar um novo dia.Não acha consolo no olhar aflito de um primata de luto.Vê um peixe enfeitiçado, um sapo metamorfoseado, uma lagartixa deforme. É o fim do mundo, pensa. Aqui acaba abruptamente a longa viagem da evolução.” Jostein Gaarder

Teorias Evolucionistas
“A crença de que as espécies eram produtos imutáveis era quase inevitável enquanto se considerou ser de curta duração a história do mundo […] A principal causa de nossa relutância a admitir que uma espécie originou espécies claras e distintas é que sempre somos lentos para admitir grandes mudanças as quais não vemos as etapas”. (Charles Darwin, A origem das espécies)

O primeiro Darwin a estudar a evolução não foi Charles, mas sim Erasmus, seu avô. Ele achava que as espécies se adaptavam ao meio, por uma espécie de esforço consciente. A teoria dos caracteres adquiridos. Mas foi seu contemporâneo Jean-Baptiste Lamarck que ficou mais famoso defendendo uma teoria semelhante, a do “Uso e Desuso”. Segundo ele os órgãos se aperfeiçoavam com o uso e se enfraqueciam com a falta de uso. Mudanças que são preservadas e transmitidas a prole. O exemplo mais típico seria do pescoço da girafa, que cresceria a medida que ela o estica para alcançar as folhas mais altas das árvores. Confira na figura abaixo.

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A teoria de Lamarck era uma espécie de Darwinismo ao contrário, com os organismos controlando seu próprio desenvolvimento. Suas idéias eram bastante intuitivas e mais cativantes por se adaptarem mais facilmente ao senso comum. Suas teorias sofriam de um problema de seleção das observações e sua abordagem de carência de comprovação científica. Comprovação essa que ele se recusou a apresentar (e nem conseguiria). Claro, se amarrarmos o braço de um bebe junto ao seu corpo, e o mantivermos assim por 30 anos, os músculos não iram se desenvolver, e com o tempo vão atrofiar perdendo a capacidade de se desenvolver. Esse adulto terá os braços com tamanhos desiguais. Mas ao contrário do que Lamarck previa, os filhos desse homem não nascerão com braços pequenos. Assim como as cicatrizes que adquirimos durante nossa vida não são transmitidas a nossos filhos.

O homem e seu antropocentrismo. Mesmo quando as evidências de um planeta que era mais velho do que a bíblia descreverá se acumulavam, ainda era difícil aceitar que a o homem já teria sido “menos que um homem”.